O terror é um gênero literário que visa despertar no leitor ou no espectador emoções de medo, angústia, suspense e horror, por meio de elementos como o sobrenatural, o grotesco, o macabro, o violento ou o monstruoso.

Esse gênero surgiu na literatura gótica do século XVIII, que se opunha ao racionalismo iluminista e ao classicismo neoclássico, e que expressava o romantismo, tendo origem na Inglaterra, com o romance O Castelo de Otranto, de Horace Walpole, publicado em 1764. Esse romance foi o pioneiro do gênero, ao introduzir elementos como o cenário sombrio, o mistério, o sobrenatural, o medo e a morte outras coisas, levando o gênero a difundir-se pela Europa e pelos Estados Unidos, conquistando muitos leitores e influenciando outros escritores.

Ensaio Sobre o Terror

Alguns dos precursores do gênero terror foram:

Ann Radcliffe, que escreveu romances como Os Mistérios de Udolfo e O Italiano, nos quais explorou o terror psicológico, o suspense, o sublime e a natureza.

Matthew Gregory Lewis, que escreveu o romance O Monge, no qual explorou o terror físico, o grotesco, o erótico e o satânico.

Mary Shelley, com o romance Frankenstein, no qual explorou o terror científico, o monstruoso, o humano e o social.

Tendo se desenvolvido ao longo dos séculos, o terror incorporou influências de outras áreas, como a psicologia, a ciência, a religião, a política, entre outras, possuindo diversas subcategorias, como o terror psicológico, cósmico, fantástico, científico, zumbi etc, sendo um gênero que conta com vários autores consagrados, como Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft, Stephen King, Anne Rice, Clive Barker, e muitos outros que o popularizaram pelo mundo e que tiveram grande impacto na cultura popular, sendo adaptado para outras mídias, como o cinema, a televisão, os quadrinhos, os videogames.

Originário na literatura gótica do século XVIII, o gênero contrariava o romantismo do racionalismo iluminista e do classicismo neoclássico, apresentando os elementos que definem esse gênero, como os cenários sombrios, os personagens atormentados, os temas sobrenaturais, os mistérios, os crimes….

Esses elementos geraram uma atmosfera de terror, que visava despertar no leitor emoções de medo, angústia, suspense e horror. O gênero terror se aprimorou ao longo dos séculos, recebendo influências de outras áreas, como a psicologia, a ciência, a religião, a política, entre outras. Essas influências diversificaram o gênero, ao introduzir novos temas, estilos e recursos, se adaptando aos novos contextos históricos, sociais e culturais, e expressando os medos, as angústias, as críticas, e as questões de cada época.

Características

Distinguindo-se de outros gêneros, o terror tem uma maior intensidade e uma maior variedade de elementos que provocam o medo, utilizando diversos recursos para criar e ambientar, lançando mão de meios como a linguagem, a narrativa, a descrição, a simbologia e a intertextualidade.

Sua linguagem é rica em adjetivos, metáforas, hipérboles, entre outros, que criam imagens fortes e impactantes. A narrativa é marcada pelo ritmo, pela tensão, pelo suspense, e pelo clímax que mantêm o leitor ou o espectador envolvido e ansioso. A descrição é detalhada, realista, sensorial, o que fazem o leitor ou o espectador sentir o que os personagens sentem. A simbologia é profunda, complexa, significativa, entre outros, que transmitem mensagens subliminares e ocultas. A intertextualidade é frequente, variada, criativa, estabelecendo relações com outras obras e autores do gênero ou de outros gêneros. O terror não se limita ao medo e sua função, mas desempenha papéis importantes na literatura e na sociedade, fazendo-a questionar.

Ele informa ao leitor ou ao espectador sobre aspectos da realidade ou da ficção, que podem ser desconhecidos, curiosos e intrigantes. Ele persuade o leitor ou o espectador a adotar uma certa atitude ou opinião sobre o tema abordado, que pode ser de concordância, de discordância, de admiração, de repúdio. O terror entretém o leitor ou o espectador ao proporcionar-lhe uma experiência de diversão, de emoção, de surpresa e de desafio.

O terror é um gênero que nos ensina, nos informa e nos critica, ao mostrar-nos algo novo, útil, interessante e importante sobre a realidade ou a ficção, ao revelar e denunciar os problemas, as contradições, as injustiças, as hipocrisias que nelas existem. Ele nos provoca e nos desafia, ao suscitar dúvidas, reflexões, debates e questionamentos sobre o tema tratado.

Subcategorias

O terror é um gênero que se diversifica em várias subcategorias, conforme os elementos, os temas, os estilos, os autores, entre outros, que o compõem. Essas subcategorias demonstram a diversidade e a riqueza do gênero, ao explorar diferentes aspectos e possibilidades.

Algumas das principais subcategorias do gênero terror são:

Terror Psicológico

O terror psicológico, que se fundamenta no terror que surge na mente dos personagens ou dos leitores, explorando temas como a loucura, o trauma, o medo, a culpa, a paranoia. Exemplos de autores e obras desse subgênero são Edgar Allan Poe, com O Corvo, O Gato Preto, O Barril de Amontillado, entre outros, Robert Louis Stevenson, com O Médico e o Monstro, Henry James, com A Volta do Parafuso etc.

Terror Cósmico

O terror cósmico, que se fundamenta no terror que surge da insignificância e da impotência do ser humano diante de forças cósmicas, sobrenaturais ou alienígenas, que são incompreensíveis, indiferentes ou hostis à humanidade, explorando temas como o destino, o caos, o desconhecido, o absurdo. Exemplos de autores e obras desse subgênero são H. P. Lovecraft, com O Chamado de Cthulhu, A Sombra de Innsmouth, Nas Montanhas da Loucura, entre outros, Arthur Machen, com O Grande Deus Pã, O Terror, O Povo Branco.

Terror Fantástico

O terror fantástico, que se fundamenta no terror que surge da ambiguidade entre o real e o imaginário, o natural e o sobrenatural, o possível e o impossível, explorando temas como o sonho, a ilusão, a magia, o mistério, entre outros. Exemplos de autores e obras desse subgênero são Jorge Luis Borges, com O Aleph, O Jardim de Veredas que se Bifurcam, As Ruínas Circulares, entre outros, Julio Cortázar, com Casa Tomada, O Perseguido, Axolotl.

Terror Científico

O terror científico, que se fundamenta no terror que surge das consequências negativas ou imprevistas do avanço científico ou tecnológico, explorando temas como a ética, a responsabilidade, a criatividade, a ambição. Exemplos de autores e obras desse subgênero são Mary Shelley, com Frankenstein, H. G. Wells, com O Homem Invisível, A Ilha do Dr. Moreau, A Guerra dos Mundos, entre outros, Philip K. Dick, com O Caçador de Androides, O Homem do Castelo Alto, Ubik.

Terror Zumbi

O terror zumbi, que se fundamenta no terror que surge da presença de mortos-vivos, geralmente causados por uma infecção, uma maldição, uma radiação, entre outros, que atacam e devoram os vivos, explorando temas como a morte, a violência, a fome, a epidemia, entre outros. Exemplos de autores e obras desse subgênero são George A. Romero, com A Noite dos Mortos-Vivos, O Despertar dos Mortos, O Dia dos Mortos etc, Max Brooks, com Guerra Mundial Z, O Guia de Sobrevivência a Zumbis, entre outros, Robert Kirkman, com The Walking Dead.

Essas são apenas algumas das subcategorias do gênero terror, que mostram a sua diversidade e a sua riqueza. O gênero terror se renova e se adapta aos novos contextos, criando novas subcategorias, como o terror pós-moderno, o terror ecológico, o terror cyberpunk, entre outros.

Finalmente, Terror é um gênero fascinante que nos oferece uma experiência única e intensa.

Ele nos fascina e nos ensina, pois nos mostra aspectos da realidade e da ficção, que podem ser aterrorizantes, mas também admiráveis, curiosos, significativos, entre outros. Eu sugiro ao leitor ou ao espectador que conheça e aprecie o gênero ao indicar algumas obras e autores que representam o gênero e que citei acima.

E para concluir este ensaio, eu gostaria de citar uma frase de H. P. Lovecraft, um dos maiores mestres do gênero terror, que resume bem o que esse gênero nos oferece: “O mais antigo e forte sentimento da humanidade é o medo, e o mais antigo e forte tipo de medo é o medo do desconhecido”. O gênero terror nos desafia a enfrentar esse medo, e a descobrir o que se oculta no desconhecido, desafiando-nos a sair da nossa zona de conforto, e a entrar em um mundo de terror.